UM PAR DE ASAS BRANCAS
Foi num destes dias. Uma vez mais fui até S. Pedro de Moel.
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Algures na falésia, junto ao farol, detive-me a observar o mar. Fui de manhã muito cedo, o sol mal se havia erguido acima da copa dos pinheiros. Uma manhã de Novembro que anunciava um dia morno e claro, um céu sem nuvens, invulgarmente quente para esta altura do ano.
Nem uma brisa soprava.
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Não costumo sair á rua tão cedo e por isso fiquei muito admirado ao perceber que o Bambicafé e o Central ainda estavam fechados. Valeu-me o Ratos Bar onde o proprietário, um jovem da minha idade, me tirou a “alma do purgatório” servindo-me na esplanada uma “bica” mesmo ao meu gosto.
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Trocamos dois dedos de conversa e olhando para o relógio fiquei espantado ao verificar que tinha apenas passado uma hora e vinte cinco minutos desde que saíra de casa em Carcavelos até estar a tomar o café em S. Pedro.
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Caminhei a pé até ao farol, um pouco mais à frente, onde me quedei.
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Perdido nos meus pensamentos por ali fiquei, numa atitude de quem está e não está. Sem ideia do que queria fazer, sem vontade de fazer o que quer que fosse. Apenas queria estar ali.
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Foi então que observei duas borboletas brancas, que passaram por mim, no seu esvoaçar incerto.
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Lado a lado, muito juntinhas, esvoaçando por cima da falésia, seguindo o mesmo caminho. Quase posso afirmar que de tão juntas, as suas asas se tocavam nos movimentos do voo.
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Seguias com a vista. Subitamente uma delas afasta-se, dá meia-volta e segue em sentido oposto deixando a companheira.
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Aguardei algum tempo.
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Primeiro a borboleta seguiu em frente, como se não tivesse sentido a ausência da outra, depois deteve-se, andou em círculos, para trás, para diante, desorientada, como se não encontrasse o caminho.
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Mais longe, a outra borboleta que voltara para trás, voava em acrobacias na companhia de outras borboletas, não me parecia mais feliz, mas apenas mais ocupada.
.
Tão pouco o seu voo se harmonizava bem com o das outras, as suas asas não se tocavam; estavam em grupo, mas separadas, cada qual delas estava só.
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Olhei então na direcção oposta, ainda lá estava a borboleta que ficara só.
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Cansada poisou numa flor, lentamente abria e fechava as asas ao sol… não sei porquê, mas quase que posso afirmar… não sei… pareceu-me que estava a chorar.
.
Queridos amigos, as minhas fotos e textos das férias ainda estão atrasadas, mas prometo que amanhã será. Cento e oitenta fotografias dão trabalho a seleccionar. Quanto ao que vou escrever, teria tanto a contar que para não ser enfadonho (já sou) vou ter que pensar em resumir.
Obrigado pela vossa compreensão e se não tiverem nada melhor para ler, vão lendo esta históriazita das borboletas.
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Algures na falésia, junto ao farol, detive-me a observar o mar. Fui de manhã muito cedo, o sol mal se havia erguido acima da copa dos pinheiros. Uma manhã de Novembro que anunciava um dia morno e claro, um céu sem nuvens, invulgarmente quente para esta altura do ano.
Nem uma brisa soprava.
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Não costumo sair á rua tão cedo e por isso fiquei muito admirado ao perceber que o Bambicafé e o Central ainda estavam fechados. Valeu-me o Ratos Bar onde o proprietário, um jovem da minha idade, me tirou a “alma do purgatório” servindo-me na esplanada uma “bica” mesmo ao meu gosto.
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Trocamos dois dedos de conversa e olhando para o relógio fiquei espantado ao verificar que tinha apenas passado uma hora e vinte cinco minutos desde que saíra de casa em Carcavelos até estar a tomar o café em S. Pedro.
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Caminhei a pé até ao farol, um pouco mais à frente, onde me quedei.
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Perdido nos meus pensamentos por ali fiquei, numa atitude de quem está e não está. Sem ideia do que queria fazer, sem vontade de fazer o que quer que fosse. Apenas queria estar ali.
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Foi então que observei duas borboletas brancas, que passaram por mim, no seu esvoaçar incerto.
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Lado a lado, muito juntinhas, esvoaçando por cima da falésia, seguindo o mesmo caminho. Quase posso afirmar que de tão juntas, as suas asas se tocavam nos movimentos do voo.
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Seguias com a vista. Subitamente uma delas afasta-se, dá meia-volta e segue em sentido oposto deixando a companheira.
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Aguardei algum tempo.
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Primeiro a borboleta seguiu em frente, como se não tivesse sentido a ausência da outra, depois deteve-se, andou em círculos, para trás, para diante, desorientada, como se não encontrasse o caminho.
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Mais longe, a outra borboleta que voltara para trás, voava em acrobacias na companhia de outras borboletas, não me parecia mais feliz, mas apenas mais ocupada.
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Tão pouco o seu voo se harmonizava bem com o das outras, as suas asas não se tocavam; estavam em grupo, mas separadas, cada qual delas estava só.
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Olhei então na direcção oposta, ainda lá estava a borboleta que ficara só.
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Cansada poisou numa flor, lentamente abria e fechava as asas ao sol… não sei porquê, mas quase que posso afirmar… não sei… pareceu-me que estava a chorar.
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Queridos amigos, as minhas fotos e textos das férias ainda estão atrasadas, mas prometo que amanhã será. Cento e oitenta fotografias dão trabalho a seleccionar. Quanto ao que vou escrever, teria tanto a contar que para não ser enfadonho (já sou) vou ter que pensar em resumir.
Obrigado pela vossa compreensão e se não tiverem nada melhor para ler, vão lendo esta históriazita das borboletas.
2 Comments:
Olá querido amigo... S.Pedro de Moel... a paixão k tenho por aquele mar... moro em Leiria mas vou lá quase todos os dias...Costumo dizer k vou ver o "meu" mar...lol... Sinto uma Paz inexplicável... Beijos mil***
Noto uma certa nostálgia, e logo junto ao farol de S. Pedro... um abraço...
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