24 outubro 2006

VOU DE FÉRIAS

Meus amigos, ainda não parti e já sinto saudades vossas.
Mas como não sou egoísta resolvi dar-vos uns dias de folga sem terem que me aturar.
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Assim e como está a chover, resolvi ir apanhar sol para uma ilhota, ali para os lados das Caraíbas.
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Fui desafiado por uma senhora casada para ir viajar com ela e aceitei.
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Não, não é nada disso que estão a pensar, seus maldosos - A senhora em questão fez o favor de casar comigo à 35 anos e ainda não desistiu de me aturar. (vai entrar para o Guinness)
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Eu apostei que era mais teimoso do que ela e não peço o divórcio. Dá para entender?!...
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Então fiquem bem, as fotografias virão depois.
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Até ao dia 5 ou 6 de Novembro.
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MURMÚRIOS DA BAIXA-MAR
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22 outubro 2006

CHEGARAM AGORA DA AMÉRICA

Pese embora o facto de não estar melhor da minha amnésia, continuo a não me recordar, daquilo que não consigo esquecer.
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Lisboa naqueles tempos, era uma ”aldeia” um pouco maior do que as outras, povoada aqui e além, por figuras humanas muito singulares.
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Recordo-me do engraçado “ Fernandinho peixeiro” homossexual, uma autêntica varina em traje de pescador, maneando-se de canastra à cabeça e chinelinha a dar a dar; recordo ainda o “Vicente” como lhe chamávamos, mas não era o seu verdadeiro nome e cujas histórias das imaginativas e bem sucedidas burlas, eram motivo de conversa e risada nos cafés, pelo caricato das situações que engendrava para ludibriar os turistas e não só. Consta que chegou a “ vender” a Torre de Belém a um americano, já para não falar da famosa venda dos cisnes dos lagos da avenida a um provinciano cheio de notas, que foi detido pela polícia quando tentava recolher o produto da sua aquisição.
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Já noutro contexto, recordo a figura característica do “Noivo” e de “Catitinha” um idoso cavalheiro, um caso dramático de demência provocada por um desgosto que motivou este velhinho bondoso a ser obsessivamente defensor das crianças.
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Recordo ainda “Alberto” que se intitulava tenor, mas que na maior parte das vezes percorria as ruas de Lisboa, com uma colher na mão a fazer de microfone, e num ritmo alucinante, com boa dicção e voz bem colocada, fazia relatos de futebol, qual locutor radiofónico.
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Outras figuras típicas da cidade, vos poderia citar aqui; mas hoje vou apenas falar-lhes de “O Bolacha Americana”.
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Ah!... lembrei-me agora de outro. Deixo aqui um desafio para os rapazes e raparigas da minha idade:
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- Quem é que se lembra do “HOMEM MACACO” ???
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- Vá lá, miúdos de Lisboa, recordem esta figura de 1950, mais coisa menos coisa. Fico a aguardar as vossas respostas.
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CHEGARAM AGORA DA AMÉRICA
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Aparecia, normalmente no início da primavera e ficava até ao final do verão.
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Vestia de branco, casaco, calça e sapato. Na cabeça uma barretina branca, igual ás dos marinheiros dos filmes americanos. Figura franzina, cerca de um metro e sessenta e cinco, extremamente magro e um rosto no qual um bigodinho característico fazia vagamente lembrar Charlie Chaplin.
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Não sei se corria Lisboa inteira a vender os seus produtos, mas via-o normalmente no chamado Bairro Azul, nas avenidas novas e ali para os lados do Campo Pequeno, Fonte Luminosa.
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Entrava pelas traseiras dos prédios e ali entre os muros dos quintais, lançava o seu pregão, numa voz característica, bastante audível por todo o bairro:
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- Óoooohiiii! (gritava). Chegaram agora d´Améééricaa!... (pausa) Trazem açúcar e canela. (nova pausa)… é a Bolacha Americana.
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Às janelas acorriam a miudagem e as empregadas domésticas, prontas a gozar o espectáculo.
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Novo pregão, sem sucesso, e lá continuava ele…
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Não sei se alguém lhe comprava alguma coisa; que eu tenha visto, não. Tão pouco sei, se a razão deste insucesso, se devia à falta de confiança na higiene do produto, se a qualquer outra razão.
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Para mim, com sete ou oito anos, as bolachinhas tinham um aspecto óptimo, mas nunca comi nenhuma.
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Perante o insucesso da venda, o nosso Bolacha Americana não desarmava; e como ninguém o chamava - aos gritos, chamava-se ele a si mesmo:
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- Pesssht! Pesssht!
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Chamava-se e respondia em simultâneo:
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- Já lá vou!... Já lá vou!... Só posso atender um de cada vez! ….
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Quem o não estivesse a ver, mas apenas a escutar, julgaria que o solitário vendedor não tinha mãos a medir com a clientela.
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Feito o espectáculo, saia de cena com o passo apressado de comerciante atarefado, que ainda tinha muitos clientes para visitar.
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19 outubro 2006

CAVALHEIRO E MENDIGO - MAS COM MUITA CLASSE

Talvez isto responda a algumas questões que já me foram colocadas.
Não sei se alguma vez vos disse, mas faço-o agora.
Não distingo as pessoas pela cor da pele, não distingo as pessoas pelas suas escolhas e convicções, tão pouco distingo as pessoas pelo seu estatuto social.
Admiro a bondade, a firmeza de carácter, a rectidão moral e o saber, quer este saber advenha dos conhecimentos adquiridos pelo estudo, quer do saber adquirido através de uma experiência de vida.
Sou pois “elitista” aprecio a nobreza, quer seja a nobreza de um honrado operário, de um humilde trabalhador, quer seja a nobreza de um cavalheiro.
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Estávamos em meados da década de cinquenta.
Se a memória me não falha, uma vez por semana, logo a seguir ao almoço batia-nos à porta um senhor.
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Como apareceu a primeira vez, não sei. O que vos posso dizer é que, durante alguns, poucos anos, esta cena se repetia quase todas as quintas feiras.
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Entrava pela porta da escada das traseiras do nosso prédio; até já o esperávamos com certa ansiedade.
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Idoso, com um porte de cavalheiro, subia lentamente a escada amparado a uma bengala. O seu fato coçado e os sapatos cambados, denotavam que tinha dificuldades de vida. Melhor dizendo, era de facto um mendigo, mas cujo porte denunciava ter ainda algum orgulho na sua pessoa.
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Quando chegava ao primeiro andar, nossa casa, batia á porta e pedia alguma coisa para comer. Era a nossa empregada que o atendia e lhe dizia para esperar.
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Sentava-se então nos degraus da escada, tirava o chapéu, equilibrava a bengala num canto e esperava em silêncio.
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Pouco tempo depois, a nossa empregada trazia-lhe um tabuleiro com uma tigela de sopa, colher, guardanapo e um pãozinho.
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Terminada a sopa, Maria recolhia o tabuleiro e voltava alguns minutos depois com um prato de mais qualquer coisa, que poderia ser carne ou peixe de acordo com o que havia disponível, eventualmente uma peça de fruta e uma pequena taça de vinho.
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Terminada a refeição, Maria recolhia o tabuleiro e fechava a porta.
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Chegava então o momento alto, pelo qual todos já esperávamos. O mendigo, tirava o pacote de tabaco, o livro de mortalhas e começava tranquilamente a enrolar o cigarro. Estranhando a demora, sem se levantar, pegava na bengala e dava duas ou três pancadinhas no vidro da porta.
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Dentro de casa, risada geral, saboreando já o desfecho da questão.
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Maria, abria a janela e perguntava:
- O que é que o senhor quer?
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Sem se perturbar o mendigo respondia com firmeza, textualmente isto:
- Então e o meu café?!...
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…e lá vinha o cafezito, pois então.
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Um dia, deixou de aparecer…
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16 outubro 2006

RAPAZES, AUTOMÓVEIS, MIÚDAS E PASTEIS DE NATA

Já não há rapazes maus, (não havia) na época o Padre Américo acabou com eles.
Sobraram todavia alguns; que agora teimosamente se recusam a envelhecer…
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O nosso amigo “bloguista” Peres Feio, chama-lhes, romanticamente “ A Turma dos Repetentes”. Atrevo-me a dizer que este meu amigo, bem que poderia ser o “chefe de turma”… não é Carlos?
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Mas não fica por aqui!... as meninas da “minha turma” não eram melhores, ou piores, do que nós… e ao volante a Filomena ainda hoje dá cartas.(vá lá rapariga, confessa, eu prometo que não digo nada aos “putos”)
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Li no blog SERPENTINE, da nossa amiga “Isa” a informação de um espectáculo de JAZZ em Vila Real, suponho que em Trás-os-Montes, no dia 21 de Outubro. Comentava este post a nossa amiga “rosmaninho” dizendo algo como isto:
– Vila Real… tão longe!?...
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LONGE?!... agora é tudo auto-estrada!... e eu é que sou velho?...

.Antigamente para lá chegar era quase um dia inteiro de viagem, mas nos dias de hoje, 4 ou 5 horas bastam. (de Lisboa)
Ahi ! esta gente nova o que querem e “clik” e já está.
Leiam o meu “post” RAPAZES, AUTOMÓVEIS, MIÚDAS E PASTEIS DE NATA, para ficarem a saber o que para os jovens (alguns) da série de 1945, significava a palavra longe.
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.Minhas meninas.
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Nos anos sessenta, quase não havia estradas na Península Ibérica. As que havia eram estreitas, com muitas curvas acentuadas e nalguns casos com o pavimento em mau estado; não tanto em Portugal mas principalmente em Espanha.
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Todavia algumas vezes aconteceu que nós a meio da tarde, decidia-mos e saiamos de Lisboa para ir jantar a Sevilha ou a Vigo e regressar a casa ao nascer do sol, para nos sentarmos com os nossos pais, à mesa do pequeno almoço, com ar de santinhos que tinham acabado de se levantar da cama depois de algumas horas de sono, não obstante o ar cansado, de quem “esteve a estudar” até tarde.
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Lisboa – Porto, fazia-se em 3 horas; mas não havia trânsito, facto é que também não havia auto-estrada.
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Saída de Lisboa, da porta da gela-daria Monte-Branco no Saldanha a Torres Vedras, á porta do liceu; 30 minutos. Dar beijinho á namorada e voltar 90 minutos, os nossos pais nem percebiam que tinha-mos saído.
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Postas as coisas assim, estou a dar a ideia, de que não éramos mais do que um bando de delinquentes, mas não era bem assim.
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Naquele tempo, as liberdades não eram como hoje e tínhamos regras que cumpríamos escrupulosamente.
O único crime que cometia-mos era o facto de conduzirmos em velocidade excessiva. Mas atenção, dentro das regras da condução responsável.
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Quero dizer com isto que, já mais algum de nós se arriscaria a atravessar uma povoação ou a circular na cidade a velocidade superior a 50 Kms hora, como estava preceituado, isto se as condições de trânsito ou do pavimento o permitissem.
.Passar com sinais vermelhos, não respeitar os Stop, nos cruzamentos não atender ás regras de prioridade, estava fora de questão.
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Na estrada, fora das localidades, naquele tempo não havia restrições de velocidade, o limite máximo era aquele que a prudência aconselhava, de acordo com o movimento, o tipo de carro, o estado do pavimento, a visibilidade e as condições atmosféricas.
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Não era a vigilância policial que nos preocupava, o problema era outro, a nossa credibilidade como condutores perante os amigos.
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Ser apanhado pela polícia ou ser causador de um acidente por não cumprimento das regras de trânsito, era uma vergonha, um descrédito perante os amigos.
.Ultrapassar traços contínuos, ultrapassar em curvas ou em lombas de estrada, não respeitar semáforos, estacionar em sítios proibidos, mais do que o medo da polícia era o de que alguém ou os amigos vissem ou disso tivessem conhecimento. Em pouco tempo seríamos o escárnio de todos:
.- Olha aquele “NABO” passou com o sinal vermelho ou então; o “gajo” não percebe nada disto, imagina que até passou o traço continuo, saloio, outra coisa não seria de esperar dum individuo que até já foi multado em Lisboa por estacionamento proibido, etc. etc. etc..
Se tal nos acontecesse mais valia deixar de aparecer no café por uns tempos.
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Orgulho mesmo era cumprir as "médias" e os tempos preceituados nos regulamentos dos Ralys, que à época vigoravam e não deixavam margem para atropelos ao código da estrada, excepto nos percursos devidamente assinalados e vedados ao trânsito para esse efeito. Todo o resto da prova tinha que decorrer no estrito cumprimento das regras de circulação, o que em estrada livre nos obrigava a acelerar mais para cumprir os tempos estabelecidos.
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As coisas funcionavam pouco mais ou menos assim:
- Pelas vinte horas o Besnico apresentava-se pontualmente à mesa para jantar com o pai e com a mãe.
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Depois do jantar, o pai ia até á sala tomar o café na companhia da mãe e na maior parte das vezes por ali ficavam a ver televisão. Ciente que não tencionavam sair depois do jantar, o Besnico não dando sinais do nervosismo que então já o invadia, perguntava com o ar mais inocente deste mundo:
.- Se o pai não vai sair, importa-se de me emprestar o seu carro para eu ir ao Monumental tomar um café com uns amigos?... ao que não raras vezes meu pai respondia perguntando porque é que eu não apanhava o metropolitano cuja estação era mesmo á nossa porta. Uma resposta evasiva e uma palavra de minha Mãe dizendo sempre – vá lá, só por esta vez empresta lá o carro ao miúdo, mas não venhas tarde que amanhã tens aulas de manhã.
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Visivelmente orgulhoso meu pai entregava-me as chaves, acompanhava-me á porta e perguntava-me se tinha dinheiro. Já na escada em surdina para não perturbar minha mãe, segredava-me ao ouvido, que tivesse cuidado na estrada.
Mas pai vou só até ao Saldanha tomar café com o João, mentira piedosa para que não ficasse preocupado.
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Demorei algum tempo a perceber, que não o estava a enganar. Ele sabia bem para onde eu ia, o Pai da minha namorada tinha o cuidado de o informar que a viagem tinha corrido bem logo eu lá chegasse. Ambos sabiam, como as coisas se estavam a passar e nós ingénuos a pensar que tudo era feito em segredo e não se sabia de nada. (nossos queridos pais…)
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Tirava o carro da garagem, contornava serenamente a praceta da avenida dos Estados Unidos da América, e mal me apanhava fora das vistas lá de casa, vai de acelerar direito á auto-estrada do Norte, que naquele tempo só chegava a Vila Franca de Xira. Em pouco menos de uma hora e meia ai estava o Besnico a chegar a São Pedro de Moel, depois de ter rapado em derrapagem controlada as curvas da subida de Alenquer, Rio Maior, Caldas da Rainha, Nazaré.
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Finalmente, silenciosamente, estacionava o carro e ia a pé, sem fazer barulho bater-lhe à janela do quarto onde ficávamos a conversar em surdina até quase ao nascer do sol. Não entrava, não que eu não pudesse saltar aquela altura, para me proteger da humidade da noite, mas ela não deixava. E assim sujeito a apanhar um resfriado, ali ficava eu pendurado do lado de fora. Uma verdadeira desumanidade.
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Subitamente dando-me conta das horas, lá regressava em nova corrida a tempo de repor nas bombas do aeroporto à entrada de Lisboa a gasolina gasta e de manualmente fazer retroceder alguns quilómetros no conta quilómetros do carro de meu pai, entrando de mansinho em casa para me enfiar na cama antes que alguém se levantasse.
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Para terminar, dou-vos ainda a informação do “melhor” tempo que este vosso amigo fez no percurso, Av. de Roma - Aeródromo de Tires em Cascais, um verdadeiro recorde, três dias, incluindo dois dias de internamento hospitalar.
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Durmam Bem e cuidado na estrada, há por ai velhotes a conduzir que parecem loucos.
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– Lisboa - Vila Real de Trás-os-Montes, longe?!... baahhaahh!... nos dias de hoje?!... e depois eu é que sou velho.
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07 outubro 2006

QUANDO VOS DEIXAR UM DIA

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... os lugares por onde andamos
não os esqueço meu amor
nem tudo quanto falamos
quer seja alegria ou dor...
(letra de um fado, cujo autor não me recordo))
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Quando vos deixar, quando te deixar
num dia de nevoeiro, neste lugar.
Aqui me podes sentir, me encontrar,
neste caminho, neste lugar.

Caminhos que percorremos,
que sonhamos e nos amámos.
Caminhos que já perdemos,
desentendemos e esquecemos.

Esqueceste tu, talvez?... eu não.
Fizemos amor, aqui, p’lo chão.
eu sim; tu não…

Porque amar é dádiva e é perdão,
(alegria, sofrimento)
e o que não sei dizer com exactidão;
mas que sinto, aqui; dentro do coração.

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05 outubro 2006

DOCE EMBALO

Isto hoje está mau… já nem a alma me dói… aliás, não me pode doer aquilo que já não tenho.
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Também não preciso de repetir aquilo que vocês já sabem – não sou um poeta, não sei fazer versos. Mas hoje apeteceu-me escrever isto, não é bom, nem mau; saiu assim, como está e nem os li… “postei-os” assim mesmo.
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DESCULPEM
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(estou aqui à tua espera)
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Vem, aproxima-te devagarinho
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Não perturbes o meu silêncio
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Aproxima-te de mansinho
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Vem, não tenhas medo
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Por cima do meu ombro lê o que escrevo
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Em silêncio saberás o meu segredo
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Vem, estou aqui à tua espera
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Depois… para não doer
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Apaga-me remorsos e recordações
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Deixa-me apenas sonhos e ilusões
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Embala-me então em teus braços
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Afaga-me o rosto para adormecer
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Beija-me como minha mãe ao nascer
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e leva-me contigo ó morte.
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04 outubro 2006

A IMPORTÂNCIA DOS ADEREÇOS

Dedico estas linhas à AVÒ da nossa amiga “bloguista” apc, bem como a todos aqueles que, no anonimato, por detrás do palco contribuem para o êxito das peças de teatro.
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Penso, já tive oportunidade de o dizer, que o êxito das peças de teatro, não reside apenas ou tão-somente, nos actores ou no conteúdo da peça.
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Pese embora o conteúdo da peça e o desempenho dos actores ser fundamental, acredito que os cenários e os adereços, bem como a indumentária dos actores, são parte; uma boa parte, do êxito das peças.
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Por exemplo, vejam estes sapatos, imaginem um par de calças, de linho branco e digam lá se mesmo sem ver a pessoa ou o “actor” que os calça, se estes “adereços” vos não remetem para uma determinada época, para um determinado tipo de pessoa, para um determinado estilo de vida?!...
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Não há texto, não há diálogos, nem sequer música… apenas a imagem, o adereço… para que todos fiquemos com a mesma ideia ou pelo menos a maior parte de nós.

Convêm todavia não esquecer que para esse êxito, contribuiu definitivamente o artesão, discreto, anónimo, que manufacturou os ditos sapatinhos; a costureira, ou o alfaiate que confeccionaram a correspondente indumentária.
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Pois!… respondo também a essa, antes que perguntem.
Os sapatos são do Besnico, que modéstia à parte ainda os usa.
Estou apenas a guarda-los para quando o nosso amigo “bloguista” Carlos Feio, me convidar para irmos a São Pedro de Moel, no MG TB de 1940 e passarmos à porta dela.

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01 outubro 2006

O BAÚ DA AVÓ - mais coisas

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Pelas minhas lentes passaram imagens vivas de:
- Tomaz Alcaide, Mirita Casimiro, Palmira Bastos, Vasco Santana, Laura Alves, Paulo Renato, Hermínia Silva e tantos outros que morreram de pé como as árvores.
Foi com estas lentes que vi melhor o Retrato de Ricardina, uma Relíquia e alguns Tartufos, no Nacional de D. Maria e não só... agora estamos avariados.
Quem por nós espreitar já nem consegue ver o Teatro Monumental, quanto mais enchergar o palco. Imaginem, estamos tão debilitados que, quando éramos novos, do Ginjal víamos a Torre de Belém, agora da estátua do D. José, já não conseguimos enxergar o Cais das Colunas... coisas da idade.
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O BAÚ DA AVÒ


" St.º António" ou O DIABO?!
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Eu sou uma máquina fotográfica importante, fui eu que tirei as primeiras fotografias ao Besnico di Roma. (1945-1950)
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Oh miúdas, querem embarcar comigo?...
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